Pesquisa

2020 - Atual
Quais corpos podem respirar? estudos de gênero, diferenças e sexualidades
Esta pesquisa trata do reconhecimento da positividade epistemológica que a afetividade ocupa na existência humana, considerando-a como constitutiva do sujeito, das subjetividades, do pensamento e da ação. Em tempos de sufocamento social, econômico e político, provocados por um período pandemia de COVID-19 no Brasil, que tem seu efeito no corpo físico, vivido e psíquico, o objetivo é compreender como a respiração pode se constituir como um tema de estudos para as ciências humanas e sociais e, particularmente, para os estudos da condição humana nos campos das artes, da cultura popular, da educação, da saúde mental e do ativismo político. Em pesquisa bibliográfica, com análise de conceitos e teorias, investiga-se especificamente como as teorias feministas de perspectiva decolonial e (neo)materialistas tem contribuído para pensar quais corpos e vidas podem respirar e quais corpos são passíveis de luto, considerando a indissociabilidade das categorias analíticas das diferenças, com foco no gênero, raça/etnia, classe e idade. Os conceitos analisados são: interseccionalidade, consubstancialidade, nó das opressões, consciência mestiza, nomadismo, pós-humano, política de localização, memória e saberes localizados. Os contextos ideológicos e a política de precariedade e de morte de um mundo ultra e neoliberal são considerados e articulados nestas análises. Espera-se refletir e discorrer sobre as possibilidades teórico-metodológicas para análise ético-política dos corpos em sua dimensão afetiva, feminista e emancipatória, sobretudo na materialidade vivida da respiração.
Coordenação: Profa, Viviane Mendonça (UFSCar) e Profa, Kelen Christina Leite (UFSCar)